37.5 - Anexo V - Mensagem do Roberto


Escrever não e o meu forte, mas como o “pessoal” pediu, vou tentar passar um pouco da minha história aqui.

O grande evento semanal de minha infância sempre foi acordar cedo todas os domingos, tomar café com meu pai, ir a missa e ao cemitério. Lembro-me que mesmo viajando, em qualquer lugar não perdíamos a missa dominical.

Sempre que produzíamos vinho na chácara, junto com meu pai, levávamos o vinho ao padre. Lembro dele me mostrando nas igrejas os vitrais e a as 12 estações, sempre me contando a história de cada uma delas e dos santos.

Quando meu pai faleceu, me senti sozinho e desamparado espiritualmente, tinha muitas dúvidas e perguntas, confesso que um pouco de revolta. Precisava das respostas e busquei. Fui a outras igrejas, templos, seitas, conheci praticamente todas as religiões, mas nada me dava o conforto que estava procurando. Depois de um ano buscando a paz espiritual, deixei como ultima possibilidade o espiritismo, e pensei comigo mesmo: Certo, num templo espírita “mesa branca” tudo bem, mas num terreiro, não entro nem arrastado.

Fui a uma sessão de atendimento Kardecista. Contei minha historia e pedi ajuda. Recebi um passe e me senti melhor.

Novamente sai de uma casa, de uma religião, é verdade um pouco melhor, mas ainda não totalmente satisfeito.

Pouco tempo depois apareceu a oportunidade de ir a um Terreiro de Umbanda, e como já tinha tentando de tudo... Que custa, pensei, eu não acredito mesmo, como é de graça, vou lá, me sento em frente ao médium e não abro minha boca.

Fui ao Terreiro do Pai Maneco, em uma gira de ciganos, sentei em frente a uma cigana e não falei absolutamente nada. Não precisou mesmo, a cigana contou minha vida de traz pra frente e de frente pra traz, com riqueza de detalhes que só mesmo eu poderia saber. Me falou que estava me aguardando fazia muito tempo. Foi assim que, ha 14 anos atrás, encontrei a Umbanda e nunca mais sai.

A espiritualidade na minha vida, me deu paz, conforto e forca para vencer os obstáculos que ainda teria pela frente. Em pouco tempo passei da assistência para a corrente e comecei a experimentar as primeiras sensações de vibração e incorporação.

Depois que conheci minha esposa, minhas experiências espirituais começaram a ficar muito mais intensas e foi onde passei a acreditar em alma gêmea e no verdadeiro amor. Coisas que me pareciam apenas elementos fictícios de péssimos romancistas.

Minha esposa não conhecia nada da Umbanda, e eu aos poucos fui ensinando o que sabia, ate que um dia ela quis entrar para a corrente e começou seu desenvolvimento.

Depois de algum tempo, ela sentiu a necessidade de escrever e incentivada por mim e pelo Pai Beco de Oxossi, começaram as primeiras psicografias. Desde então o trabalho vem se desenvolvendo em uma velocidade muito grande. Com as festas de final de ano muitas pessoas são atendidas, a maioria sai chorando, mas isso nos passa a certeza de um trabalho que ajuda as pessoas e fornece conforto aos encarnados e também aos espíritos que precisam passar sua mensagem.

Vimos muitos karmas familiares serem resolvidos nestas sessões, e isto nos gratifica muito, porque de alguma forma estamos auxiliando as pessoas. E ajudando nosso próprio desenvolvimento.

Como sempre digo, ser médium, trabalhar em um terreiro, ser Umbandista, não ira tornar sua vida nenhum mar de rosas, mas você estará cumprindo sua missão e a espiritualidade lhe proverá a forca necessária para conseguir passar todos os obstáculos a sua frente. O conforto espiritual e’ a coisa mais importante na vida de uma pessoa, e através da Umbanda, encontramos nossa paz.

Esperamos com este livro que os leitores possam entender o quanto bela e simples é a Umbanda e a espiritualidade;

Muita Paz e Axé a todos.