31 - A Quimbanda


A Quimbanda é um dos pontos mais controvertidos da Umbanda.

Mistificada e muitas vezes incompreendida a quimbanda, tem suas razões, em fundamentos e verdades simples.

A energia necessita a conexão com a terra e toda energia assim é usada.

Como um fio que age diretamente na face da terra, a quimbanda realiza a ligação.

O elo de ligação entre energias que por diferença de padrão vibratório não conseguem realizar e não podem em assuntos mundanos interferir.

Há necessidade, portanto que haja um padrão vibracional que possibilite a intervenção terrena em forma menos etérea.

A quimbanda nada mais é do que a energia que realiza esta ligação.

Exus, pombas giras, realizam o trabalho que outras entidades não tem condições de efetuar por seus padrões vibracionais não se sintonizarem com a realidade mundana do dia a dia, o terra a terra tão necessário às esferas humanas.

É nela que se concretizam os anseios necessários de proteções mais “brutas”, sendo que esta é determinada sempre pelo guia orientador da casa ou pelas vibrações mais etéreas.

A visualização deste fato é de suma importância por que nele é que se pode entender a função da quimbanda dentro da Umbanda.

Quimbanda não é quiumba.

Não podem os filhos confundir realidades completamente distintas.

Aqui prefere-se ao invés de quiumba, utilizar a denominação de espíritos ou energias não evoluídas, por que uma das causas de confusão é a semelhança entre os termos quimbanda e quiumba.

A quimbanda em nenhum momento pode ser confundida com a quiumba.

Tratam-se de realidades diversas e completamente distintas.

Que fique claro filhos, de uma vez por todas que a quimbanda é formada sim por espíritos superiores, evoluídos e bons, que apenas possuem vibrações que se compatibilizam com as de aspectos mais terrenos.

Assim entendido, tem-se, portanto que nenhuma entidade da quimbanda praticará o mal.

Isso para elas não é permitido e se assim agissem não fariam parte desta grande e bela energia.

A função da quimbanda assim, é dar forma a desejos de prosperidade nos campos “mundanos” , como o terra a terra de aspectos econômicos, emocionais, sexuais e de realizações, basicamente, materiais.

Isto não quer, em absoluto, significar que a quimbanda e os espíritos dela participantes não tem autorização para atuarem em esferas mais etéreas.

Efetivamente, tal fato levaria a impossibilidade de um preto velho, por exemplo, atuar no cascão de um exu, o que conforme, amplamente observado nas casa é fato usual e até mesmo corriqueiro.

É que o espírito auxiliador quando estiver trabalhando no cascão de um exu, na realidade está apenas alterando sua faixa vibratória, para que nela possa trabalhar de forma efetiva e consistente.

Portanto, não são de forma nenhuma espíritos inferiores.

Não se peça para um Exu realizar trabalhos não condizentes com seu grau espiritual.

Em momento algum tais espíritos realizarão ou permitirão tal apelo.

A quimbanda também é necessária para barrar interferências de espíritos não evoluído e que ainda se prestam à troca de paga e prática do mal.

E são os espíritos de tal linha que induzem filhos não evoluídos a seguirem seus caminhos, seja através do convencimento bruto ou da força que a eles é característica.

A quimbanda, portanto, é fundamental.

Por falta dela é que muitos conceitos kardecistas estão sendo revistos. A palavra em sua simples vibração, não possui imantação suficiente para por fim ou convencer espíritos perdidos e não evoluídos.

A verdade é que a vibração da quimbanda é fundamental para a prática efetiva da proteção, por que se todo mal conseguisse ser eliminado através e tão somente, pela força da palavra, o simples acesso ao conhecimento levaria o desfazimento dos atos malinos.

Mas como amplamente sabido não é o que acontece.

Mesmo na igreja católica, por mais belos que sejam os discursos, ainda se fazem necessárias sessões de desobsessão.

E, pergunta-se, quem é responsável por estas desobsessões?

A resposta é simples.

Espíritos igualmente desenvolvidos a outros de luz que possuem campos vibratórios diferentes realizam tais trabalhos.

Sempre foi assim e assim sempre será. Por que dentro de um mesmo conjunto existe a mão que afaga e a que bate.

E ambas fazem parte do mesmo corpo e se realizam em torno da mesma verdade.

Não confundam filhos, Exu com o Diabo - aquele de tridente e chifres - relatado nos ritos católicos.

Exu não é e nunca será o Diabo ali descrito.

Ele não faz o mal; ele não representa o mal; ele abomina o mal; e o mal é toda força que ele combate.

O combate se realiza, mas distintos os lados do campo de batalha.

Belos são os Exus porque a quimbanda encontra-se sob a iluminação dos atos dos bons.

Um exu ou qualquer outro espírito que atue na linha de quimbanda não possui menor grau de evolução do que os dela não participantes.

Errônea a noção de que Exus e Pombas Giras, após um “resgate kármico” irão passar a atuar tão somente como Caboclos ou Pretos.

Não são resgates kármicos que determinam campos vibratórios, mas sim escolhas conscientes e específicas.

Os espíritos escolhem sua missão e esta, dentro das leis da Umbanda, é respeitada.

Portanto são funções diferentes e não evoluções diferentes.

Mesmo por que não permitiriam os guias que entidades não evoluídas tivessem a força do bem que possuem os espíritos quimbandeiros.

Assim entendido, as religiões precisam sim, de seus executores, o que não significa em absoluto que sejam eles menos evoluídos.

Não é a crença não evoluída que criou a quimbanda.

Não é a mistificação, a necessidade de representação ou a ignorância que levam Exus e Pombas Giras aos terreiros.

Mas sim, a necessidade plena de atuação em campos vibratórios diferenciados.

Não tenham pois filhos qualquer preconceito com a quimbanda, por que não condizente com a verdade umbandista.
Inclusive, em momento próximo, perceberão os filhos kardecistas que necessário à manifestação desta força vibracional.

Em sua ânsia de assepsia estes filhos esquecem que o mal não é livre de impureza, que os seres humanos e terrenos não são livre da realidade, da dose de terra a terra tão característica e necessária às realizações pessoais, as almas encarnadas, aos espíritos não evoluídos.