30 - A Perigosa Missão da Diversificação dentro da Umbanda


Cada casa, cada pai de santo, tem sua forma de comunicação, seu ritual, seu caminho dentro da Umbanda.

Mas é importante que a diversificação não signifique desunião, nem pontos de chegadas diferentes. É fundamental dentro da Umbanda a unificação de conceitos, mesmo que isto importe na diversificação de rituais.

Um dos conceitos é efetivamente a diversificação de rituais, mas, isso não significa a diversidade de objetivos.

Esse fato deve ficar claro, pois, muitas vezes pretende-se na diversidade a desunião, na diferença, o enfraquecimento.Os rituais são diferentes e nisso consiste uma das belezas da Umbanda.

Rituais diferentes, objetivos iguais.

Somente a união de forças pode levar ao desenvolvimento da Umbanda e somente quando claros e límpidos os objetivos se apresentarem a todos, então existira a desmistificação da Umbanda enquanto religião.


Quando ocorre um trabalho na casa, quando é trazida determinada energia ao terreiro para sua realização então presente um dos fundamentos da Umbanda: a utilização da energia de determinada linha para um trabalho especifico.

Isso é unidade de fundamentos.

O modo de entoar o ponto, a melodia do atabaque, a forma de incorporação, isso sim é diversidade.O objetivo deve ser comum, a forma de atuação, diferente. Importante que se diga, o objetivo deve realmente ser uno para que a Umbanda não seja engolida por sua própria diversidade.

A hierarquia de cada casa, de cada linha deve ser sempre respeitada, mas não devem os filhos confundir esse fato com a liberdade para que cada pai de santo ou entidade siga fundamentos diferenciados.

A linguagem pode ser diferente, mas a mensagem deve ser única.

Se é frontalmente contrário a uma normatização, do modo feito por Kardec. Mas, mesmo assim, não se pode deixar de compreender que essa normatização foi fundamental ao desenvolvimento da doutrina espírita e que á época, necessária se apresentou.

O se realiza com o presente trabalho é fundamentação e nunca normatização.

Diversificação não pode ser confundida com desunião e falta de objetivos que se encontram ao final. Sem uma unificação de fundamentos, a diversidade de rituais pode a vir significar a diversidade de religiões, o que, efetivamente passa longe de um objetivo comum.

Os rituais devem ser explicados e não podem se esconder sob argumentos de diversidade. É necessário que a Umbanda se faça clara a seus seguidores. E que os rituais sejam abertos e explicitados. Porque a áurea de desconhecimento que a Umbanda se submete, leva fatalmente ao medo e ao desenvolvimento de pré-conceitos ignorantes.

Se os rituais fossem explicitados mais abertamente se perceberia que inobstante serem eles diversos, o seu objetivo é semelhante. Cada casa, sim, ira possuir suas regras e sua forma de manifestar a diversidade da Umbanda. E, como já dito nessa a diversidade se apresenta um dos mais belos fundamentos desta religião. E este fundamento deve ser respeitado, sempre.

Mas sob objetivos e fundamentos comuns, devem se reunir todas as casas. A falta de fundamentos únicos em uma religião significa falta de uma única religião. Porque, se a todos é dado seguir caminhos diferentes, então tem-se que as jornadas também devem se intitular por outros nomes.

Existe ainda em algumas casas o medo de alguns dirigentes em expor seus rituais e se basearem em determinados e especificados fundamentos. Entendem tais dirigentes que, a sujeição aos fundamentos básicos significa ameaça a hierarquia. Pensamento falho e errôneo.

A existência de hierarquia é um dos fundamentos da Umbanda.

O filho deve se inserir a casa e não o contrário. As normas impostas por entidades chefes, ou pais de santo, devem ser respeitadas e seguidas como lei na casa. E se houver discordância, outra casa, certamente, abrigará o filho.

Mas, essa hierarquia e normatização são absolutamente diversas da fundamentação.

Aos fundamentos da Umbanda, o Pai de Santo ou Entidade Chefe, em momento algum, poderá se opor. Se diverso os objetivos são daqueles fundamentos praticados pela Umbanda, então está a se cultuar outra religião que não a Umbanda.

E isso é para que não se abriguem, sob o manto da Umbanda, práticas que a ela não são afeitas.

A diversificação é fundamento. Mas o fundamento não permite diversificação.

“No meu jardim florescem cores,
formas, cheiros.
No meu jardim cada planta é única e bela.
No meu jardim, cada folha tem tonalidades.
Mas no meu jardim, todos bebem da minha seiva, porque a água que molha e o sol que seca, são os mesmos.
São o sol é a água do meu jardim“.