29 - Fundamentação versus Codificação


Não trata o presente livro de codificação. Não se pretende codificar o que quer que seja. A Umbanda não necessita de codificação, entendida aqui, nos termos em que Kardec a utilizou.

Essa atitude, apesar de ser a época era necessária, foi, em muitos aspectos, prejudicial.

Não se repete aqui o mesmo erro, não seria realizado trabalho de tal vulto, para simplesmente incorrer em um erro.

Esses escritos não são codificações. Por que codificação como a própria palavra diz é dar códigos, interpretações rígidas a determinado objeto ou forma. Codificar é traduzir, em uma só língua, diversos conceitos, refutando outros e dizendo que este ou aquele é de mais ou menos valia.

Não se esta realizando aqui qualquer tipo de codificação, mas sim, fundamentando-se princípios que podem ser traduzidos em quaisquer idiomas, significados ou determinações.

Uma coisa é fundamentar, outra diferente é codificar.

Esses escritos fundamentam a Umbanda, na visão e dentro das verdades a ela inerentes.

Mas nenhum conceito é absoluto, pois conceitos também dependem de interpretação.

O objetivo deste trabalho é repassar em textos os fundamentos básicos, que são mais abrangentes do que fazer o bem, não utilizar sangue e não cobrar pelos trabalhos.

Estes únicos fundamentos não são suficientes para estruturar uma religião em todos os seus aspectos.

Se não houver outros fundamentos, se construirá a casa sobre alicerceis frágeis e inseguros, sobre alicerces que não trarão ao lar a segurança necessária para sua estrutura.

E, mais cedo ou mais tarde, serão colocados outros alicerces em cada estrutura de modos diferentes e então não haverá a fundamentação necessária para uma unidade.

“A Umbanda pulsa em seu tempo,
E como coração desenvolve seus próprios caminhos.
Mas pulsa em um só corpo, que abriga milhares de pequenas células.
Que também, separadamente, tem sua vida.
Mas, todas juntas se transformam no corpo, para, então a Umbanda pulsar, como coração”.