25 - A Umbanda e seus Cascões



É importante que os filhos saibam que os espíritos trabalham cada qual em sua linha, não apenas porque quando encarnados tiveram vidas similares às representadas pelas linhas, mas sim por força de afinidade com a energia dessa ou daquela linha.

Então não necessariamente todos os pretos velhos foram quando encarnados pretos e velhos. Podem ter sido espíritos que ainda jovem desencarnaram, ou terem tido sua ultima passagem pela terra como brancos, pardos, amarelos. Efetivamente não é sua vida anterior, nem aparência que possuíram o que leva a determinação de qual linha irão trabalhar na Umbanda.

É sim, a corrente energética a que são afeitos.

É fácil para os filhos compreenderem que cada uma das linhas possui sua característica e, que, a cada uma delas é afeita uma energia, um trabalho e uma forma de trabalhar.

Ciganos são diferentes de caboclos, boiadeiros ou pretos. Pretos são diferentes de Exus e assim por diante.

Isso não significa que uma entidade não possa trabalhar com duas linhas. Só que, quando acontecer, trabalhara de forma diversa, ressaltando as características de determinada linha.

A Umbanda é cheia de significados e simbolismos que lhes são próprios.

Portanto uma entidade incorporada enquanto caboclo será assim reconhecida e lhe tomara as feições, os gestos, os maneirismo, a forma de trabalhar.

E seus trabalhos exigiram elementos a que a linha é afeita, porque aquela energia especifica estará a entidade utilizando.

Assim, quando um espírito tomar o cascão numa gira de criança, desse modo ira se apresentar. Com as formas típicas de expressão, brincadeiras e as palavras traquinas. E debaixo do cascão da criança talvez haja entidades que já viveram centenas de vezes, que são espíritos velhos, mas que estão harmonizados com a energia que a linha de criança move.

Afeitos estão à renovação, as fortalezas da inocência, a tranqüilidade dos que vêem no futuro a grande força.

Assim aquela entidade ali ira trabalhar.Com todos os maneirismos típicos de uma criança, para que a todos os filhos fique claro que a linha que ali se apresenta é das crianças, sem que haja desvio de atenção da energia que aquele trabalho move.

Ou ainda, para que os filhos possam se encantar com os gestos dos pretos velhos e que, enfeitiçados consigam alcançar toda a grandeza e fortaleza de seus trabalhos.

E isso ocorre com todas as linhas, sendo muito importante que estejam elas completamente definidas e totalmente transparentes aos que se fazem presentes na casa.

Para que os filhos possam determinar exatamente qual a linha de força foi evocada e quais os trabalhos que poderão ser realizados sob aquela força.

Não deixar clara a linha evocada pode ocasionar quebra de uma unidade.

Quantas vezes os filhos já souberam ou mesmo sofrem na pele, quando entidades de linhas diferentes a evocada “atravessam” o trabalho e por vezes, o desarmonizam.

É claro que não esta se falando aqui de casos em que realmente, outras entidades precisam “atravessar” o trabalho para criarem ou reforçarem centros energéticos que afeitos lhes são.

Estas são exceções a regra, e como exceções devem ser tratadas.

Por isso também a importância ampla e irrestrita de serem entoados os pontos.

É a entidade chefe ou Pai de Santo que determina qual a energia para esse ou aquele momento no trabalho

Às entidades e aos filhos só cabe respeitar a hierarquia e então realizar o trabalho necessário aquela gira especifica.

“A gira que toca é a certa.
Mas não foi porque em outras
rodas não fomos companheiros,
mas apenas porque hoje a
gira que toca é a gira certa”.