16 - A Força do Ritual


Importante esclarecer que existe uma corrente negativa tentando interferir e mesmo proibir o trabalho ora desenvolvido.

Muito simples: a semente aqui plantada, pelo Terreiro do Pai Maneco, ira trazer frutos, facilitara os trabalhos efetuados na Umbanda e os desmistificara.

E segredos que há muito são vivenciados diariamente em centenas de trabalhos poderão ser expostos e frutificarão entre os praticantes não só da Umbanda, mas também do espiritismo e de todas as religiões.

Não se despreze a força da palavra.

Uma palavra plantada em uma mente possui a força de mil batalhões.

Por que a leitura alcança lugares e pessoas, que nem na mais remotas das batalhas poderiam ser alcançadas pela flecha.

Então por obvio se estendem contra este trabalho forças negativas e grandiosas.

E por isso que o mesmo foi realizado sob o comando e proteção do Terreiro Pai Maneco.

A força da gira, a proteção das entidades que afastam as energias negativas é colocada e utilizada a cada nova palavra, a cada novo texto.

E filhos, não são poucas as forças contra o presente, mas também não são poucas as a favor.

E se, às vezes, a missão parecer penosa, para os diretamente envolvidos a cada novo passo para a força da fé, tenha-se em mente que necessária e grande a força do bem.

Que na fé de Oxalá, forças negativas não se encontraram, por que, sempre o fim, o bem, em sua essência se faz presente.

Dentro desta idéia e observados tais fatos, retorna-se aqui o que foi exposto nos escritos anteriores e que deve ser ressaltado como um dos pontos fundamentais a ser desvendado.

Sim, Kardec sabia da força necessária dos rituais, da força vibracional de um trabalho, da força da mistura de ervas e da cor, da pemba, da lança, da força das imagens e da grande entrega.

Mas, observe-se a época e os fatos que levaram os escritos por ele efetuados.

Uma nova religião estava sendo fundamentada, precisava-se que as regras ficassem claras e fossem, como já anteriormente dito, assépticas.

Ora, nada mais prático que a proibição do dito “misticismo”, a petrificação em regras rígidas, em padrões pré-determinados e formatados em linhas impenetráveis.

Como tentar convencer o leigo que em um pequeno amalá pode encontrar-se uma força tão grande?

Como evitar confusões com santos católicos, religião então dominante, se não evitando toda e qualquer adoração?

Por óbvio a tática se mostrou certa e convincente, mas não deveria ter se perpetuado por tantos e tantos anos, e, como se regra e verdade única fosse, tivesse capacidade de subjugar e pré-conceituar a Umbanda e outras religiões?

Ora, fato é, que mesmo em rituais kardecista, presente a força de matérias não tão “assépticas”.

Ou serão as materializações utilizando-se ectoplasmia diferentes das entregas que igualmente canalizam vibrações?

Por que a força mediúnica da ectoplasmia seria mais perfeita, do que a força mediúnica canalizada enquanto cozinha-se a farofa das entidades da Umbanda?

Por certo Kardec não acreditava que fossem tão absurdas as ditas mistificações.

Mas, por necessário em tal momento histórico, assim se fez esta nova realidade espírita.

Alias, de tão perfeito o método pecou exatamente por tal fato: o medo de se desvirtuar a religião que ali se formava.

Na continuidade deste, se deixará de lados os preconceitos e não irá se referir aos filhos que desacreditam da Umbanda.

Mas neste momento se fazem necessárias tais explicações metódicas, pontuais, por que uma das barreiras encontradas na evolução atual da Umbanda é o preconceito a que é submetida.

Ora, se filhos que acreditam na reencarnação, na força do espírito, na energia imantada da alma, negam às forças dos orixás, a imantação das entregas, a proteção das guias, o que se dirá dos seguidores de religiões que ignoram e rejeitam a simples existência da reencarnação dos espíritos?

De uma vez por todas se destrua o preconceito e aqui falamos a filhos que acreditam na reencarnação do espírito: basta que estejam atentos ao raciocínio, a lógica tão utilizada nos centro kardecistas.

Se conseguirem apenas ouvir e raciocinar, com paz e clareza em seus corações irão absorver esta verdade.

A Umbanda não mistifica, apenas utiliza os elementos, para realizar a força vibracional necessária aos trabalhos espirituais.


São importantes para a Umbanda, alem da força da meditação da energia do passe, da formatação do ectoplasma, a força dos elementos, do som dos atabaques, a força vibracional da dança, o poder das velas, a proteção das guias, a evocação dos pontos, a força do grande amalá.

Quem autoriza, ou melhor, dentro dos termos kardecistas, qual a lógica de uma ectoplasmia ser amplamente utilizada, e, a força de um atabaque ser menosprezada?

Não são linhas e forças vibracionais, do mesmo modo?
Ora e indo mais além, por que se acredita na pictografia e não na incorporação dos terreiros?

Por que se rejeita a incorporação dos filhos umbandistas e se respeita à força que leva um filho realizar lindas pinturas?

Não está o filho também incorporado numa mistura vibracional entre a força da alma encarnada e do espírito desencarnado?

Qual a diferença, qual a grande diferença?

Filhos: pensem, raciocinem, se mostrem abertos a tais indagações.

Por esta visão ainda distorcia é que muitas das demandas espíritas kardecistas se deparam com a falta da força dos elementos, o que leva, em muitas das vezes a um enfraquecimento das demandas e da proteção.

Acaso acreditam que a imantação de uma guia protetora seja pura mistificação?

Acaso não vêem filhos que nas contas está uma corrente vibracional tão forte e tão fundamental quanto à meditação e a impostação das mãos?

Por que a imantação de um passe é tão necessária? Se não houvesse necessidade da matéria, propriamente dita, não necessária se faria à energia emanada pelo passe, ou ainda pela ectoplasmia.

É simples perceber que a matéria é necessária para muitos dos trabalhos espirituais.

Por que a matéria, em sua mais simples formatação, como inclusive anteriormente já especificado é energia condensada.

As forças espirituais negativas se utilizam e muito desta repulsa aos elementos.

Por que elas utilizam, das energias materiais para se concretizarem, e não apenas da simples imantação.

Sim, enquanto os filhos kardecistas acreditam tão somente no poder de suas orações, de suas boas ações, as forças malignas estão se utilizando em larga escala da energia material para concretizarem seus feitos.

Alias, a energia vibracional negativa é muito mais densa do que a positiva e por tal fato, se utiliza amplamente da energia condicionada da matéria.

E tanto e de tal forma, que necessário, se faz, por obvio a utilização desta mesma matéria para se desvirtuar e desfazer ao mal feito.

Portanto, os filhos que acreditam no espírito, na força que existe alem dos olhos, e percepção, não se fechem a trabalhos que envolvam elementos matérias, as ditas “mistificações” (que efetivamente, como visto, não se configuram desta forma).

Muito pelo contrário, aprendam com a sabedoria milenar dos pajés com o sofrimento dos pretos velhos, com o terra a terra dos exus, com a inocência das crianças.

Observem e apreendam. Raciocinem, se façam presentes de coração aberto e sem preconceito.

Se tal não for possível, ao menos não julguem, não refutem, não repudiem, mas apenas aceitem, como parte de uma mesma realidade, como a busca de um mesmo objetivo: a realização do eterno bem.