22 - A Corrente e o Trabalho de Umbanda


Cada um dos filhos deve ter consciência de sua importância no trabalho de umbanda.Seja na incorporação, ou seja, na energia doada para a corrente.

Essa energia deve ser fluida, forte e concentrada.

O fato do filho não estar incorporado, ou trabalhando diretamente com um espírito não quer em absoluto, dizer falta de trabalho. Bem pelo contrário.

Há uma legião de espíritos que conseguem trabalhar graças e tão somente à energia gerada pela corrente. Utilizam essa energia em seus feitiços (e aqui falamos em mandingas do bem) e através desta energia realizam curas, mostram a luz para filhos perdidos, dão paz aqueles que angustia carregam no coração.

Cada filho é uma conta da guia e todos juntos, formam sua força.

O que ocorre se uma das contas não tem a força necessária para sustentar a energia, ou se deixa levar pelo peso do medalhão?

Ora, a guia se desfaz em mil pedaços espalhados, que sem o elo entre si, não formam mais uma fonte de força, mas apenas pedaços de cristais ao chão.

E, ainda, se essa guia não arrebenta, as outras contas são forçadas a seu extremo, realizando maior esforço e tornando mais pesada do que o necessário a condução da uniformidade.

São os filhos as contas de uma guia, os elos de uma corrente.

E assim devem permanecer unidos da mesma força, afinados na mesma voz e nunca dispersos.

Ao dirigente cabe manter essa harmonia. Dura sua tarefa, um karma pesado, mas necessário.

Algumas vezes, o dirigente precisa retirar da guia, uma de suas contas, abrindo a força da unidade e extirpando a conta que não mais se harmoniza com a guia, seja por diferença de formato ou distorção nas cores.

Essa conta deve ser separada, mesmo que pareça árduo e cruel o processo e mesmo que com tal operação outras contas se percam.

A guia não faz sua força pelos números de contas, mas pela qualidade e entrelaçamento das mesmas.

Assim, sempre melhor sete contas belas, brilhantes, fortes do que cem foscas.

E lembrem filhos que da força de cada uma delas depende a sobrevivência de outras e a manutenção da guia.

Portanto, se necessário for se excluir alguma que isto seja feito o quanto antes.

Sem piedade e sem dó, por que assim se salva um grupo, preservando uma energia maior e evitando que um mal superior se faça presente.

Às vezes, por comodismo ou sentimentalismo dos dirigentes a exclusão não é realizada no tempo e com a rigidez necessária.

Nada mais errado e falho.

Os filhos dirigentes não foram escolhidos para sofrerem de lamentações inúteis.


Já se disse que esse é um Karma dos mais pesados. Mas os filhos dirigentes devem lembrar dos grandes coronéis que levaram suas tropas à vitória, graças ao seu pulso forte, sua coragem impiedosa, que, quando necessária se fez presente.

E ao filho, conta dessa guia, cabe entender que os motivos de um guerreiro são sua pátria, que seus objetivos, a manutenção do território e que seus métodos, às vezes podem parecer cruéis, mas, na verdade, se fazem justos.

Porque de sua força dependem multidões, de sua determinação, pátrias. Então não se espere ver de um coronel, lagrimas ou lamentos.

Reflexão e julgamento, sim. Pena, jamais.

Não há dúvida. Entre retirar uma conta ou desfazer uma guia, deve-se sim optar pelo coletivo, para que, em sua manutenção, novas contas possam se juntar e novas pátrias protegerem.


Por que as melhores espadas são forjadas através das mais fortes ações, e assim preparadas, hoje e sempre, para as duras batalhas que irão travar.